Entrar no supermercado, escolher o açúcar pelo preço, pagar pelo produto e levar para casa. Até ai tudo normal. Mas chegar em casa e perceber que ele está recheado de pedaços estranhos não. E o pior: aproximar um ímã e verificar que ele atrai os pedaços. Isso aconteceu com uma aposentada que imediatamente levou o produto para um órgão de defesa do consumidor para garantir que outras pessoas não passem pela mesma situação.
A Associação de Defesa do Consumidor do Centro-Oeste de Minas Gerais – Adeccom – recebeu no dia 29 um pacote de açúcar cheio de pontinhos pretos. A aposentada, Maria das Graças Martins entregou o pacote, porque fez um simples teste ao perceber os pedaços estranhos.
- Aproximei um ímã e imediatamente os pedacinhos começaram a se agrupar. Portanto, acredito que eles devem ser de ferro. Procurei a Adeccom para impedir que as pessoas consumam esse produto – disse.
Ela alegou que poderia simplesmente pedir a devolução do dinheiro, mas não fez isso porque se preocupa com a saúde da população em geral e quer que o produto seja retirado das prateleiras.
Produtos fora de circulação
Assim que a advogada, Tereza Cristina Lada Arruda, presidente da associação, recebeu o produto realizou o mesmo teste e constatou a irregularidade. A partir daí, começaram os trabalhos para retirar o produto de circulação.
- Vamos entrar com uma liminar hoje (ontem) para que haja suspensão imediata da comercialização da marca – explicou Tereza. O prazo pedido é de dois dias para análise da situação, portanto, isso pode acontecer na segunda-feira.
Outras duas marcas também foram denunciadas à advogada, e a associação comprou um pacote para fornecer material à perícia e garantir a idoneidade da denúncia. Através desses dados, o promotor Sérgio Gildin enviou o produto para fazer a análise em Belo Horizonte, mas o resultado ainda não ficou pronto.
- Pedi urgência nessa análise e se a conclusão for de que o produto é prejudicial à saúde, pediremos que o lote seja retirado de circulação – frisou o promotor.
Denúncia
Todos que encontrarem produtos como este podem fazer a denúncia à Adeccom, munidos do pacote fechado e da nota fiscal indicando o local da compra, afirmou Tereza. Dessa maneira, será possível entrar com um processo coletivo para pesquisar a origem desse produto e impedir que ele seja comercializado em outros locais.
- Ela é um exemplo de cidadania, porque não pensou apenas nela. Precisamos dessa ajuda para impedir que isso aconteça com outras pessoas – observou.
O gerente do Procon, Thiago Pardini, lembrou que essa é a melhor solução para tentar reverter o problema. Mas, vale ressaltar, que também deve ser oficializada uma denúncia no órgão de defesa do consumidor.
- Com algumas denúncias poderemos enviar um ofício para a Vigilância Sanitária do local onde o açúcar é produzido. Eles podem até fechar a fábrica caso sejam constatadas muitas irregularidades.
Embalador
O pacote de açúcar não indica o nome do fabricante, apenas o do embalador. A equipe do JORNAL AGORA entrou em contato com a empresa, mas o responsável pelo assunto estava em reunião e não retornou até o fechamento dessa edição. Em entrevista ao jornal Estado de Minas, ele disse simplesmente que é comum encontrar partículas metálicas em pacotes de açúcar, e que pelo menos 90% das marcas têm essas partículas, que se misturam no momento da produção.
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