quinta-feira, 28 de julho de 2011

Famílias também recebem assistência no Bento Menni

Para ajudar pacientes foi criado há um ano o serviço de orientação gratuita a familiares

Jessica Riegg

A maioria dos divinopolitanos conhece a clínica São Bento Menni apenas por seu caráter de atendimento aos deficientes mentais, exercido há 31 anos no município, mas não é somente isso que acontece no local. Na clínica há também um programa terapêutico de toxicomania que atende pacientes com transtornos causados pelo uso do álcool e das drogas, através da ajuda de psicólogos e médicos especializados. Dentro desse programa, há também uma orientação gratuita aos familiares para que aprendam a melhor maneira de agir em casos como este.
Os participantes se reúnem e conversam com outros familiares que já passaram pela situação, sempre acompanhados por um especialista. Após esses encontros, passam a decidir com mais certeza qual é o melhor caminho a ser trilhado e assim orientam melhor os deficientes ou os dependentes químicos.
Foi o que aconteceu com a enfermeira Marlisa Geralda da Silva, mãe de um dependente químico que está nos últimos dias de tratamento. Ela recebeu apoio dos profissionais da clínica e acredita que não conseguiria ajudar tanto o seu filho, sem o grupo.
- Essa ajuda foi fundamental para mim e para ele afinal ele já tinha ficado internado um ano e não adiantou nada. Agora o Mateus é o filho que eu sempre sonhei, está muito diferente – afirmou Marlisa. Seu filho ficou internado durante 35 dias no local e daqui a nove poderá voltar para casa.

O programa

De acordo com a assistente comercial do Bento Menni, Cássia Almeida, na maioria das vezes os parentes imaginam que para cuidar de um paciente basta interná-lo, mas para ela, isso não é verdade. Os médicos notaram melhora nos dependentes que recebem visitas e tem o apoio da família.
- Quando ela está junto com o paciente a melhora é nítida, o entusiasmo de ter alguém esperando motiva a melhora e torna-a muito mais rápida – afirmou a assistente.
E para orientar como dar esse apoio existe esse programa, que é gratuito e pode acontecer até para pais que ainda não internaram o filho e não sabem qual é a melhor opção. No local, a família aprende o que fazer em casos de maior agressividade e até como procurar ajuda.
- E o mais importante é que eles aprendem a acabar com esse preconceito que não deveria existir. As pessoas têm medo de procurar a clínica, acreditando que existem maus tratos, mas não é assim – frisou Cássia.
Um trabalho como este era desenvolvido antes no local e já colheu frutos. Na manhã de terça-feira um antigo paciente foi ao local tocar saxofone e agradecer todo o tempo que passou lá. No local, aprendeu a lidar com o vício e os transformou em arte. Hoje, o homem toca dez instrumentos e escreveu dois livros, para se ocupar e não pensar em drogas e nem no álcool.

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