Durante 93 anos Filipinho dedicou sua vida à caridade e ao auxílio às pessoas mais carentes da região
Jessica Riegg
100 anos de vida e muita história para contar; com lucidez e muito carinho, Filipinho completa no próximo dia 20 o seu centenário. Durante 93 anos ele trabalhou como vicentino auxiliando as pessoas mais carentes da região e proporcionando momento de felicidade. Há 40 anos, mora em Divinópolis e trabalha hoje com o resto das forças que lhe restam. Apesar de morar a um quarteirão da Igreja São Vicente de Paula, não é sempre que suas pernas permitem que ele reze e participe de campanhas.
Antônio Felipe Júnior começou sua vida vicentina aos sete anos em Claudio, quando obrigado pelo pai (que também era vicentino) começou a freqüentar a igreja sem saber exatamente a função que poderia exercer futuramente. Poucos meses depois, o presidente da conferência o convidou a se tornar aspirante e assim Filipinho se viu obrigado a conhecer um pouco sobre os trabalhos.
- O presidente mandou todo mundo colocar uma moedinha dentro do saco que ele estava recolhendo rendimentos, mas eu era muito pobre não tinha nada. Mesmo assim coloquei minha mão lá dentro. Quando ele contou as moedas, estava inclusive sobrando uma – contou o vicentino.
Depois disso, passou a ter fé no poder da religiosidade e seguiu a tradição com mais rigor. Por isso, foi chamado para ser Confradativo, que é o segundo posto mais alto da tradição, mas ainda possuía apenas 7 anos.
- Eu achava ruim porque queria fazer outras coisas, mesmo assim saí e pedi dinheiro para ajudar os pobres. Consegui um valor muito maior do que esperava e isso me incentivou a continuar a trajetória – narrou Filipinho.
Após um ano foi nomeado Aclamado e assim podia realizar todas as atividades juntamente com os vicentinos e não parou mais. Hoje, com 99 anos, sempre participa do que consegue e só perde as missas por muita necessidade.
Carinho
De acordo com o filho de Filipinho, Manuel da Costa Felipe, o pai é prestativo e tem muita paciência com todos que solicitam algum auxílio. Para ele, o vicentino é um exemplo de vida, porque pensa mais no próximo do que em si mesmo. Prova disso é não saber quantas pessoas já ajudou, pois perdeu as contas há muitos anos.
- E só vou parar quando não conseguir mais – garante.
A história que mais lhe chocou foi a de um homem sem recurso algum que teve uma grave doença no pescoço e não conseguia levantá-lo. Filipinho foi encarregado de cuidar dele, dar banho, preparar comida e levá-lo a missa. Para permitir que ele pudesse fazer tudo que os outros faziam, ele cortou um pedaço de madeira e o homem apoiava o pescoço nele diariamente.
- Ele adorou e me agradecia muito, mas infelizmente, ele faleceu depois – finalizou.
Homenagem
A Paróquia de São Vicente de Paula realizará uma missa em homenagem aos 100 anos dele no dia 20 deste mês às 19h30min. De acordo com a secretária da paróquia, Ângela Maria de Oliveira, haverá uma faixa e será lida uma mensagem durante a missa.
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