Em projeto de defensora pública, os presos produziriam fraldas para que o governo municipal gaste 400% a menos
O município compra cerca de 15mil fraldas por mês para pessoas carentes, que entraram com processo através da Defensoria Pública. Por esse motivo os gastos da Prefeitura com essas pessoas é muito alto. Para reduzir, uma defensora propõe que os presos produzam fraldas, e dessa maneira, os gastos caiam cerca de 400%.
Segundo a defensora pública e coordenadora local e regional da Defensoria, Rita Fernandes da Silva, atualmente a defensoria atende muitas pessoas que precisam da fralda geriátrica. Elas são obrigadas a entrar com um processo para que a Prefeitura a forneça. A maioria dos casos é de idosos com incontinência urinária ou mal de Alzheimer, que necessitam do objeto para manter a dignidade e uma maior qualidade de vida.
Cada fralda custa cerca de R$1,40, e uma pessoa usa pelo menos quatro por dia, portanto a Prefeitura gasta cerca de R$21.000,00 por mês para quitar as dívidas com a justiça. Se o município produzisse-as, o custo unitário cairia para R$0,30, portanto, o município passaria a gastar apenas cerca de R$4.500,00.
- O nosso projeto consiste em colocar os nossos presidiários para trabalhar na produção. Precisamos apenas que a Prefeitura forneça o material. É bom para ela, para os presos que tem a pena reduzida (a cada três dias de trabalho, ele precisa ficar menos um dia na cadeia) e para a população, que passa a adquirir fraldas de melhor qualidade – explicou. Rita observou que falta apenas marcar uma reunião com o prefeito para apresentar a proposta.
A defensoria já conseguiu até um curso para especializar a mão de obra carcerária e permitir inclusive que os presidiários saiam com uma profissão. A Funedi concederá esse curso, através do professor Jadir Vilela.
Em relação a máquina que faz a produção do objeto, as defensoras propuseram uma parceria com o Lions Clube Divinópolis Candidés, que já a possui. Em reunião, o Lions afirmou que vai analisar a proposta.
- Acreditamos que a Prefeitura seria a maior beneficiária, porque é uma obrigação adquirir as fraldas. Ela vai apenas reduzir os gastos que tem o produto – explicou Rita. Se sobrarem fraldas, a defensora propõe uma parceria com o Hospital São João de Deus, para que sejam efetuadas as vendas.
Mão de obra
O diretor geral do presídio, Zuley Jacinto de Sousa, afirmou que falta apenas saber o tamanho da máquina para escolher o local de implantação. Ele acredita que a idéia é muito boa porque tirará da ociosidade vários detentos.
- Atualmente temos 480 condenados, mas nem todos podem trabalhar. Eles precisam passar por uma avaliação com médicos e psicólogos, e depois disso escolheríamos alguns para dar continuidade ao projeto – afirmou.
Prefeitura
Para o secretário adjunto de saúde, Gilmar Santos, a proposta é muito interessante porque reduzirá muito os custos da Prefeitura, até mesmo da Farmácia Popular que repassa as fraldas a R$0,70 para o município. Falta apenas discutir melhor as questões burocráticas e escolher os materiais, já que há muitos pacientes com alergias.
- Estamos avançando no processo e acredito que logo poderemos implantar esse projeto. Sabemos que essa responsabilidade era da secretaria de desenvolvimento social, mas como a defensoria se propôs a ajudar, vamos discutir melhor essa idéia – afirmou Gilmar.
A idéia é que ainda este ano o projeto seja colocado em prática.
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