Minas Gerais foi o estado pioneiro na vacinação gratuita de menores de dois anos contra a meningite meningocócica C no final do ano passado. De acordo com dados do Ministério da Saúde (MS) no ano passado foram 160 registros da doença e nesse ano até o momento foram apenas 38. Em Divinópolis os índices também são satisfatórios, já que no ano passado foram 4 casos e neste ano foram apenas 2.
A redução no estado chega a 76,25% após a aplicação da vacinação gratuita para menores de dois anos. O exemplo de Minas Gerais será seguido no país apenas a partir desse segundo semestre.
De acordo com o epidemiologista, Osmundo Santana Filho, é comum alguns casos de meningite nessa época do ano já que as pessoas costumam se aglomerar e fechar a casa e os locais de trabalho. Apesar disso, a vacinação é muito importante para que esses índices sejam pequenos.
O início da vacinação contra a meningite meningococos C foi no final de 2009, desde então foram aplicadas 4.494 doses. A vacina contra a meningite pneumococo também começou a ser disponibilizada no ano passado e já foram aplicadas 4.673 doses neste ano. Esse número de doses permitiu a diminuição de 50% dos casos de meningite em Divinópolis, passando de 4 no ano passado, para 2 neste ano. Em 2007 haviam sido 15 casos.
Apesar da extensa proteção que a vacina oferece, Osmundo frisou que é necessário que os responsáveis da criança estejam atentos aos sintomas já que existem 13 sorotipos que podem provocar a doença. “Então apesar de tomar todas as vacinas ainda há possibilidade de que qualquer um tenha meningite, ainda não existe vacina para todos os tipos” explicou.
A meningite, dependendo da demora do atendimento, pode deixar seqüelas como surdez parcial ou total, dificuldade de aprendizado, etc.
A doença
Segundo o epidemiologista meningites são doenças ou inflamações das meninges, que são as membranas que recobrem o cérebro ou a medula espinhal. São doenças graves e podem ser causados por diversos tipos de agentes, como bactérias, vírus ou fungos. A transmissão é por via respiratória, como por exemplo, da meningite meningocócica, talvez a que a população mais tema. É necessária internação hospitalar para tratamento.
Osmundo afirmou que no período de inverno é comum que a incidência de casos aumente porque tendência é as pessoas passarem mais tempo em ambientes fechados e de manterem as casas ou ambiente de trabalho sem ventilação.
Em saúde pública as principais meningites são: meningite meningocócica, que é transmitida pelo meningococo, (tem sua importância exatamente porque tem potencial para provocar epidemias de grande extensão); meningite tuberculosa, que é causada pelo bacilo da tuberculose; a transmitida por hemófilos e por pneumococos, porque levam a um grande número de óbitos dado a sua grande letalidade; e as virais que cursam de maneira benigna.
Vacinas
Para Osmundo, para a prevenção das meningites a melhor forma ainda é a vacinação. Para alguns tipos da doença já existem vacinas no Programa Nacional de Vacinação, como a Tetravalente que tem na rede pública e que protege contra a difteria, tétano, coqueluche e doenças causadas por hemófilos. Outra é a Triviral que protege contra caxumba, rubéola e sarampo, que também protegem contra as meningites que podem advir da complicação da caxumba.
A tradicional vacina BCG aplicada nos primeiros dias de vida do bebê, que protege contra formas graves de tuberculose, também previne a criança da meningite tuberculótica. “A observância criteriosa do cartão de vacina em dia é importante medida preventiva contra os diversos tipos de meningite” afirmou Osmundo.
Santana acrescentou que o SUS (sistema único de saúde) tem diversos recursos de prevenção disponibilizados, mas a população não está usando bem. “Existem outras doenças além das meningites que tem vacina nos postos e não estão com cobertura adequada. Eu citaria a vacina contra a hepatite B, que é disponível para a população de 0 a 20 anos, mas a cobertura é muito baixa. É uma doença grave, que pode levar a morte, e é transmitida por via sexual” alertou Osmundo.
Sintomas da doença:
- Febre alta
- Dor de cabeça intensa
- Vômitos
- Prostração
- Em crianças mais novas às vezes esses sintomas não ficam tão evidentes, neste caso deve-se observar que a criança fica gemendo e fica irritadiça.
- Rigidez de nuca (sente dor quando flexiona)
Osmundo afirmou que este último talvez seja o sintoma determinante na hora de detectar a doença. “O diagnóstico tem que ser feito por um médico, todos devem evitar a automedicação já que a meningite é uma doença infecciosa e pode se confundir com outras” acrescentou.
Formas de prevenção:
- Garantir uma correta assistência médica aos doentes, porque ela deixa de ser uma forma de transmissão.
- Fornecimento de medicamento para aqueles que têm um contato mais próximo com o doente.
- Manter uma boa higiene da alimentação, com alimentos ricos e diversificados.
- Manter uma boa higiene da habitação, com local bem ventilado, arejado e que permita a entrada de luz solar.
- Evitar aglomerações em ambientes fechados.
- Manter uma boa higiene corporal, lavando as mãos frequentemente.
- Prática de atividade física.
- Evitar o uso do cigarro.
- Manter os cartões de vacinação em dia.
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