segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Uma carta de um cidadão que não sabe mais o que fazer...

A carta a seguir - tão somente adaptada por Barbosa Melo - foi escrita por Luciano Pizzatto que é engenheiro florestal, especialista em direito sócio ambiental e empresário, diretor de Parque Nacionais e Reservas do IBDF-IBAMA 88-89, detentor do primeiro Prêmio Nacional de Ecologia.


Prezado Luis, quanto tempo.


Eu sou o Zé, teu colega de ginásio noturno, que chegava atrasado, porque o transporte escolar do sítio sempre atrasava, lembra né? O Zé do sapato sujo? Tinha professor e colega que nunca entenderam que eu tinha de andar a pé mais de meia légua para pegar o caminhão por isso o sapato sujava.


Se não lembrou ainda eu te ajudo. Lembra do Zé Cochilo... hehehe, era eu. Quando eu descia do caminhão de volta pra casa, já era onze e meia da noite, e com a caminhada até em casa, quando eu ia dormi já era mais de meia-noite. De madrugada o pai precisava de ajuda pra tirar leite das vacas. Por isso eu só vivia com sono. Do Zé Cochilo você lembra né Luis?


Pois é. Estou pensando em mudar para viver ai na cidade que nem vocês. Não que seja ruim o sítio, aqui é bom. Muito mato, passarinho, ar puro... Só que acho que estou estragando muito a tua vida e a de teus amigos ai da cidade. To vendo todo mundo falar que nós da agricultura familiar estamos destruindo o meio ambiente.


Veja só. O sítio do pai, que agora é meu (não te contei, ele morreu e tive que parar de estudar) fica só a uma hora de distância da cidade. Todos os matutos daqui já têm luz em casa, mas eu continuo sem ter porque não se pode fincar os postes por dentro uma tal de APPA que criaram aqui na vizinhança.


Minha água é de um poço que meu avô cavou há muitos anos, uma maravilha, mas um homem do governo veio aqui e falou que tenho que fazer uma outorga da água e pagar uma taxa de uso, porque a água vai se acabar. Se ele falou deve ser verdade, né Luis?


Pra ajudar com as vacas de leite (o pai se foi, né .) contratei Juca, filho de um vizinho muito pobre aqui do lado. Carteira assinada, salário mínimo, tudo direitinho como o contador mandou. Ele morava aqui com nós num quarto dos fundos de casa. Comia com a gente, que nem da família. Mas vieram umas pessoas aqui, do sindicato e da Delegacia do Trabalho, elas falaram que se o Juca fosse tirar leite das vacas às 5 horas tinha que receber hora extra noturna, e que não podia trabalhar nem sábado nem domingo, mas as vacas daqui não sabem os dias da semana ai não param de fazer leite. Ô, bichos aí da cidade sabem se guiar pelo calendário?


Essas pessoas ainda foram ver o quarto de Juca, e disseram que o beliche tava 2 cm menor do que devia. Nossa! Eu não sei como encumpridar uma cama, só comprando outra né Luis? O candeeiro eles disseram que não podia acender no quarto, que tem que ser luz elétrica, que eu tenho que ter um gerador pra ter luz boa no quarto do Juca.


Disseram ainda que a comida que a gente fazia e comia juntos tinha que fazer parte do salário dele. Bom Luis, tive que pedir ao Juca pra voltar pra casa, desempregado, mas muito bem protegido pelos sindicatos, pelo fiscais e pelas leis. Mas eu acho que não deu muito certo. Semana passada me disseram que ele foi preso na cidade porque botou um chocolate no bolso no supermercado. Levaram ele pra delegacia, bateram nele e não apareceu nem sindicato nem fiscal do trabalho para acudi-lo.


Depois que o Juca saiu eu e Marina (lembra dela, né? casei) tiramos o leite às 5 e meia, ai eu levo o leite de carroça até a beira da estrada onde o carro da cooperativa pega todo dia, isso se não chover. Se chover, perco o leite e dou aos porcos, ou melhor, eu dava, hoje eu jogo fora.


Os porcos eu não tenho mais, pois veio outro homem e disse que a distância do chiqueiro para o riacho não podia ser só 20 metros. Disse que eu tinha que derrubar tudo e só fazer chiqueiro depois dos 30 metros de distância do rio, e ainda tinha que fazer umas coisas pra proteger o rio, um tal de digestor. Achei que ele tava certo e disse que ia fazer, mas só que eu sozinho ia demorar uns trinta dia pra fazer, mesmo assim ele ainda me multou, e pra poder pagar eu tive que vender os porcos as madeiras e as telhas do chiqueiro, fiquei só com as vacas. O promotor disse que desta vez, por esse crime, ele não ai mandar me prender, mas me obrigou a dar 6 cestas básicas pro orfanato da cidade. Ô Luis, ai quando vocês sujam o rio também pagam multa grande né?


Agora pela água do meu poço eu até posso pagar, mas tô preocupado com a água do rio. Aqui agora o rio todo deve ser como o rio da capital, todo protegido, com mata ciliar dos dois lados. As vacas agora não podem chegar no rio pra não sujar, nem fazer erosão. Tudo vai ficar limpinho como os rios ai da cidade. A pocilga já acabou, as vacas não podem chegar perto. Só que alguma coisa tá errada, quando vou na capital nem vejo mata ciliar, nem rio limpo. Só vejo água fedida e lixo boiando pra todo lado.


Mas não é o povo da cidade que suja o rio, né Luis? Quem será? Aqui no mato agora quem sujar tem multa grande, e dá até prisão. Cortar árvore então, Nossa Senhora!. Tinha uma árvore grande ao lado de casa que murchou e tava morrendo, então resolvi derrubá-la para aproveitar a madeira antes dela cair por cima da casa.


Fui no escritório daqui pedir autorização, como não tinha ninguém, fui no Ibama da capital, preenchi uns papéis e voltei para esperar o fiscal vim fazer um laudo, para ver se depois podia autorizar. Passaram 8 meses e ninguém apareceu pra fazer o tal laudo ai eu vi que o pau ia cair em cima da casa e derrubei. Pronto! No outro dia chegou o fiscal e me multou. Já recebi uma intimação do
Promotor porque virei criminoso reincidente. Primeiro foi os porcos, e agora foi o pau. Acho que desta vez vou ficar preso.


Tô preocupado Luis, pois no rádio deu que a nova lei vai dá multa de 500 a 20 mil reais por hectare e por dia. Calculei que se eu for multado eu perco o sítio numa semana. Então é melhor vender, e ir morar onde todo mundo cuida da ecologia. Vou para a cidade, ai tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazer nada errado, só falei dessas coisas porque tenho certeza que a lei é pra todos.


Eu vou morar ai com vocês, Luis. Mais fique tranqüilo, vou usar o dinheiro da venda do sítio primeiro pra comprar essa tal de geladeira. Aqui no sitio eu tenho que pegar tudo na roça. Primeiro a gente planta, cultiva, limpa e só depois colhe pra levar pra casa. Ai é bom que vocês e só abrir a geladeira que tem tudo. Nem dá trabalho, nem planta, nem cuida de galinha, nem porco, nem vaca é só abri a geladeira que a comida tá lá, prontinha, fresquinha, sem precisá de nós, os criminosos aqui da roça.


Até mais Luis.


Ah, desculpe Luis, não pude mandar a carta com papel reciclado pois não existe por aqui, mas me aguarde até eu vender o sítio.



sábado, 26 de fevereiro de 2011

A beleza ao alcance dos seus pés

Esmaltes, cutículas e cortes; há quem pense que fazer o pé é simplesmente embelezar as unhas. Mas existem diversos tratamentos que, além de fazer você ficar linda, ajudam na conservação da saúde da sua unha e da sua pele. Nesta edição você vai conhecer as técnicas inovadoras para os seus pés, através das dicas da manicure, Amanda Oliveira.

Pé de luxo
A técnica do pé de luxo consiste em retirar toda a calosidade (calos) dos pés, assim como aquelas manchinhas brancas que incomodam na hora de passar o esmalte. Usando um “motorzinho” a manicure empurra a cutícula e a retira; essa técnica permite que a cliente possa demorar de 15 a 20 dias para precisar retirá-la novamente, além de garantir que a unha fique totalmente limpa. Depois disso é usado o pelix para lixar a sua pele e tirar as células mortas da pele e toda aquela parte áspera do calcanhar. Para finalizar a cliente recebe uma super massagem com direito a vários cremes hidratantes que nutre toda a pele. O pé de luxo demora cerca de 1 hora e 20 minutos e custa R$30,00. É indicado para as noivas que querem ter o seu dia especial, relaxando e ficando muito mais bela.

Pé calista
O pé calista é parecido com o pé de luxo, já que tem o objetivo de melhorar a pele do seu pé. Nele, a manicure tira todos os rachados, calos e a pele grossa do calcanhar, após isso faz uma leve massagem. Todos os cantinhos da unha são retirados. A diferença é que, nessa técnica, a cliente não recebe hidratação e sua cutícula não é retirada. O pé calista dura cerca de 40 minutos e custa R$40,00.

Polimento
No polimento um produto é passado na unha com a lixa para que ela volte a ter brilho, ou seja, aquele tom opaco é retirado como se uma base tivesse sido passada. Além disso, as incômodas manchinhas brancas são retiradas. O polimento demora 15 minutos a mais do tempo necessário para fazer a unha e custa R$15,00.

Spa
O SPA é geralmente usado pelas grávidas, pois alivia o inchaço provocado pelo aumento de peso. Isso acontece porque a cliente recebe uma massagem demorada que relaxa bastante. Ela pode sentir um leve ardidinho que acontece devido ao produto utilizado. Esse produto permite ainda que a unha dure mais tempo. O SPA custa R$35,00 e demora 10 minutos a mais que o tempo para fazer as unhas dos pés.

Cuide da sua saúde e da sua beleza utilizando os serviços diferenciados do Salão Cabelo & Cia.

Matéria publicada na revista Cabelo & Cia News.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Dez dicas para uma boa cobertura de carnaval:

1. Seja na avenida, num baile de salão ou atrás de um trio elétrico, tente fugir das perguntas óbvias quando for entrevistar um folião. Pelo amor de Deus, nada de “muita emoção?” ou “curtindo o carnaval?” ou ainda “e essa energia tem hora pra acabar?”.

2. Evite os personagens manjados, como o gari que samba feliz; o rapaz que sofre para empurrar o carro alegórico, mas faz isso pelo amor à escola de samba; ou a tiazinha gorda na arquibancada do sambódromo que não perde o pique apesar da chuva.

3. Entrevistar um carnavalesco não é missão fácil. Para se ter uma dimensão da encrenca, esse povo tem o ego maior do que o de nós, jornalistas. Seja cauteloso nas perguntas para não magoá-lo e correr o risco de presenciar um dos maiores pitis de sua vida.

4. Se for entrevistar (sub)celebridades em bailes, na concentração ou em camarotes de cervejaria, cheque o nome da pessoa antes de entrar ao vivo na TV. E fale apenas com gente interessante. Não caia naquela lorota dos “projetos artísticos sigilosos”.

5. Não se revolte se esbarrar numa Carla Perez trabalhando como repórter ao seu lado. Pensamentos ruins, como “nosso diploma não vale nada mesmo” ou “poderia ter gastado a grana da faculdade numa lipo”, vão atrapalhar a sua concentração.

6. É fundamental ter cuidados com a voz. Fazer perguntas gritando, em meio ao barulho, deixa qualquer um rouco. Neste caso, não é considerada prática antiética levar a boca para bem perto da orelha do entrevistado. Mas sem enfiar a língua, ok?

7. Prepare-se para todo tipo de adversidade – chuva, sol, altos decibéis de música sem parar, cheiro insuportável de mijo nas ruas, cantadas de baixo nível e, claro, piadinhas como “aí, jornalista, trabalhando no carnaval! Se fodeu, hein?”.

8. No dia da apuração do bloco especial, é conveniente trabalhar com protetores de cabeça e maxilar (como os de pugilistas). Apuração é sempre aquela briga e tumulto de repórteres querendo falar com o presidente da escola campeã ou rebaixada.

9. Se você odeia samba ou axé, cobrir o carnaval ouvindo rock no MP3 player é uma ótima dica. Só não esqueça de tirar os fones do ouvido na hora de uma entrevista. Uma desintoxicação pós-festa (não ouvir Ivete Sangalo durante a quaresma) também é uma boa.

10. Se você é casado e terá de trabalhar os quatro dias, nada de ficar ligando pra casa a todo o momento pra saber se sua mulher ou seu marido está se comportando. Relaxe! E por que não prestar atenção naquela diabinha safada ou no bombeiro musculoso? Afinal é carnaval.

Duda Rangel, o mestre das crônicas


















terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Faltam empregadas domésticas no mercado

Profissionais preferem trabalhar como diaristas a se arriscarem como empregadas fixas; elas acreditam que assim acabam ganhando mais

A realidade de Divinópolis é que faltam empregadas domésticas no mercado. Quem procura não acha, e quem acha não abre mão de ter alguém para limpar e cozinhar o dia inteiro. As profissionais preferem trabalhar como diaristas, pois assim ficam somente 4 horas nas casas e acabam ganhando o mesmo valor, ou até mais.
O supervisor do Sistema Nacional de Emprego (SINE), Rogério de Sousa, confirmou a falta de profissionais no mercado e disse que somente na sexta haviam 13 vagas para essa função, e que elas estavam abertas há muito tempo.
- Nós mandamos geralmente 5 profissionais para cada vaga, mas não estamos conseguindo isso. Eu acho que as mulheres agora estão se aperfeiçoando ou se especializando em outras profissões porque acham que ser empregada doméstica não tem valor nenhum – observou.
Ele ainda lembrou que antigamente as famílias que precisavam de alguém para trabalhar buscavam moças da roça.
- Elas vinham, trabalhavam e moravam na casa dessas famílias. Agora essas meninas preferem vir e trabalhar nas lojas – completou Rogério.

Procura
A empresária, Silvia Aparecida, contou que procurou durante um ano e meio uma empregada doméstica e durante todo esse período não encontrou nenhuma candidata. Ela não chegou a procurar nos órgãos de procura como o Sine, optou por perguntar para conhecidos.
- Todas as pessoas que eu entrevistei queriam somente ser diarista, mesmo que durante 4 dias da semana. Elas alegavam que além de não ter aquele compromisso diário ganhariam mais assim – explicou.
Silvia deu um exemplo: Uma das moças entrevistadas afirmou que uma casa como a de Aparecida seria fácil de arrumar, e que ela não demoraria muito, portanto conseguiria ir a duas casas por dia.
Outro motivo que torna a procura por uma empregada doméstica complicada é a experiência.
-Pra eu colocar alguém dentro da minha casa, às vezes até sozinha com os meus filhos, preciso ter uma indicação de alguém confiável. Além disso, procuro muitas referências sobre a pessoa. Então é essencial que ela já tenha trabalhado em outros locais – acrescentou a empresária.

Mudanças
As mudanças nesse mercado estão acontecendo por diversos fatores. A diarista, Rosália Ferreira Fontes, por exemplo, frisou que ser doméstica é humilhante então ninguém mais quer exercer a profissão.
- Se eu sou contratada para cozinhar em uma casa, por exemplo, logo eles acham que eu tenho que limpar e cuidar das crianças. Mas não é assim, pois fui contratada para aquela função específica. Outra coisa é que doméstica geralmente não tem direito a nada, como Fundo de Garantia (FGTS) e férias, então a gente sente que não é valorizada – alegou a moça.
Rosália confessou ainda que esse é um serviço cansativo que não é valorizado e ela sente que o preconceito é muito forte.
- Eles dizem que acabou, mas não é assim. Qualquer coisa que acontece dentro de casa é culpa nossa – esbravejou Fontes. Ela diz que prefere trabalhar como diarista porque pode ganhar até R$50,00 por dia trabalhando apenas 3 horas.

Motivos
O economista, Henrique Rabelo, alega que a profissão está ficando cada vez mais rara porque ela é considerada menos prestigiosa.
- Isso faz com que as pessoas exijam um salário mais alto para trabalhar nessa área, visto que há um aumento da oferta de empregos em outras áreas mais prestigiadas, como venda ou prestação de serviço – apontou.
A implicação pode ser o aumento da demanda por diaristas, gerando um aumento ainda maior na remuneração dessa atividade. Ele ainda citou o fato de que o desemprego está diminuindo, o que mostra que as pessoas que deixaram de trabalhar nessa área optaram por exercer outra atividade.

Matéria publicada no Jornal Agora

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

As verdades absolutas mais relativas da imprensa

Jornalista escreve corretamente.

Toda jornalista de TV precisa ser bonita. (vejam a Miriam Leitão)

A grande imprensa é livre e independente.

O sindicato está empenhado em defender a categoria.

Jamais trabalharei como assessor de imprensa!

Jornalista cultural é tudo viado.

Jornalista esportivo não pode torcer pra time de futebol.

O jornalismo é um mundo encantado, cheio de glamour.

A área comercial não interfere na área editorial.

Só notícia ruim vende jornal. (a péssima também)

A faculdade de jornalismo forma jornalistas.

Por Duda Rangel (acompanhe: http://desilusoesperdidas.blogspot.com)

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

População busca soluções para o calor

Sombrinhas, óculos escuros, chapeis, protetor solar, leques, entre outros, são as principais soluções adotadas nas ruas

Com uma andada rápida pelas ruas da cidade, na hora do almoço, dá para perceber o quanto o sol está castigando os divinopolitanos. Para tentar minimizar os efeitos desse calor são várias as tentativas, que vão de cômicas a inteligentes. Há quem prefira usar óculos escuros e protetor solar, mas há também aqueles que não sentem vergonha e tiram a sombrinha da bolsa para garantir uma sombra a mais.
Camila Cristina Elói, por exemplo, não se incomoda com os olhares curiosos das pessoas que passam por ela. Sempre tira a sombrinha da bolsa quando percebe que o sol está muito quente e protege sua pele de manchas além de proporcionar mais frescor já que está grávida.
Já Maria Rita de Oliveira adotou uma solução diferente, ela prefere os grandes chapeis. Rita contou que tem uma coleção deles em casa e não sai sem um.
- Não me queimo com o sol e garanto que minha pele continue bonita. Por que ter vergonha disso? – questionou.
José de Carvalho Rocha é vendedor e afirma que essa época muitas pessoas deixam de lado a vergonha e optam por comprar os grandes chapeis. Todo ano, afirma, as vendas crescem e a torcida é de que não chova.
- As pessoas aqui da cidade são muito civilizadas então optam pelo chapéu, que é uma opção bonita e que protege muito, os médicos inclusive recomendam – acrescentou Rocha. Ele também destacou a venda dos leques que são um grande sucesso. Os leques custam a partir de R$5,00 e os chapeis a partir de R$7,00.

Alimentação
Durante o alto verão a alimentação dos divinopolitanos também modifica bastante; os restaurantes buscam alternativas para incentivar o consumo. O restaurante Fogão à lenha, por exemplo, colocou dois climatizadores no interior do salão para minimizar os efeitos do calor.
- Assim que colocamos o climatizador já sentimos diferença. Os clientes adoraram e estão inclusive comendo um pouco mais, já que notamos que no calor o consumo é bem menor – afirmou Cláudia Rodrigues, proprietária do restaurante.
Ela frisou também que o cardápio muda completamente nessa época, oferecendo mais vegetais e folhas, e diminuindo o tempero na comida.
- O sal eleva a pressão então dá uma sensação ainda maior de calor – frisou Cláudia.
Outra mudança pode ser observada nas sorveterias que estão cada dia mais lotadas. Mas a procura maior não é por sorvetes, e sim por água.
- Aqui estamos vendendo bem mais água do que sorvete, o pessoal ta realmente com muita sede – contou Aline Cristine, funcionária da Sorvebom.

O calor
De acordo com o observador metereológico, Marius Costa, aconteceram apenas leves chuvas neste mês que nem ao menos amenizaram o calor.
- Temos uma massa de ar quente no estado que aumenta ainda mais esse calor e impede grandes chuvas. Por isso tivemos apenas pequenas pancadas que são comuns nessa época do verão – explicou.
Segundo dados do observador a temperatura continuará elevada até pelo menos o próximo fim de semana. Haverá também uma queda nas chuvas em Minas Gerais em fevereiro e março, estendendo o período de chuvas, que este ano será até abril.
- Isso acontece por causa do fenômeno El Niño que começa a atuar no Brasil no segundo semestre desse ano, mas já causa modificações climáticas – frisou Marius.
A temperatura mais alta registrada esse ano no mês de janeiro foi de 35,3ºC no domingo (30) enquanto que no ano passado foi de 34,3ºC. A média de temperatura em 2010 foi de 33ºC e em 2011 é de 30ºC aproximadamente. Esses dados mostram que janeiro do ano passado foi marcado pelo calor constante, enquanto que este ano foi marcado por picos de calor.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

ProUni 2011; Estudantes têm até sexta para comprovar as informações

Os alunos pré-selecionados pelo Programa Universidade para Todos – ProUni - têm até essa sexta-feira (04) para comprovar suas informações nas instituições de ensino e efetuar as matrículas. São 123.170 bolsas de estudos oferecidas em 1.500 instituições. Aqui em Divinópolis a procura é a grande e os estudantes não deixaram para última hora.
De acordo com a pesquisadora institucional da Funedi junto ao Ministério da Educação – MEC – Elisângela Guerra, todas as 59 bolsas oferecidas já foram preenchidas. São bolsas totais e parciais nos cursos de Ciências Contábeis, Comunicação Social, Engenharia Civil, Engenharia da Computação, Engenharia de Produção, Fisioterapia, Psicologia, Educação Física e Pedagogia.
A maior procura foi pelas engenharias, onde houve muitos excedentes. A estudante, Rúbia Louzada, se encaixa neste perfil. Ela entrou para a faculdade de engenharia sendo bolsista do ProUni e acredita que se não fosse o programa talvez não conseguiria ser universitária tão cedo.
- Se não fosse o programa não sei quando teria condições de entrar em uma faculdade. E o processo todo foi bem simples, os documentos foram tranqüilos de conseguir e não tive problemas – contou Rúbia.

O programa
Elisângela afirmou que esse programa dá grandes incentivos para que os alunos carentes possam continuar seus estudos no Ensino Superior já que o Ensino Federal não consegue absorver todos eles.
- Isso contribui muito no lado social da faculdade e acrescenta muito à sociedade e à região – disse.
Este ano o ProUni bateu recorde, com 1.048.631 estudantes inscritos. O programa este ano oferece 80.520 bolsas de estudo integrais e 42.650 parciais. Para conseguir a bolsa o candidato pré-selecionado deve comparecer à instituição de ensino e comprovar as informações declaradas na inscrição.
Para concorrer às bolsas, os candidatos precisavam ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2010, ter atingido no mínimo 400 pontos na média das cinco notas do exame (ciências da natureza e suas tecnologias; ciências humanas e suas tecnologias; linguagens, códigos e suas tecnologias; matemática e suas tecnologias, e a redação) e ter nota superior a zero na redação.


Segunda etapa
Caso o estudante não tenha sido pré-selecionado na primeira etapa terá uma nova chance. A segunda etapa acontece entre os dias 21 e 24 de fevereiro e o resultado será divulgado no dia 27. Nesse caso a comprovação dos documentos deverá ser feita até 4 de março.
O candidato pré-selecionado na primeira etapa não poderá se inscrever na segunda etapa do processo seletivo, exceto nos casos em que tiver sido pré-selecionado em curso em que não houve formação de turma. Em cada etapa, o estudante poderá escolher até três opções de curso e instituição.

Ociosidade
De acordo com o MEC apesar do alto número de inscritos no programa, ainda sobram bolsas. 4% das vagas estão ociosas, pois não houve pré-selecionados para preenchê-las. Isso acontece porque muitos estudantes não conseguiram atingir a nota mínima exigida para se candidatar ou então não se interessaram pelos cursos oferecidos.
Os dados mostram que 87% das 5.526 bolsas que não foram preenchidas são referentes aos cursos de educação à distância, que não são comuns ainda no Brasil.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Despedida do TREMA

Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou o trema.Você pode
nunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali, na Anhangüera, nos
aqüiféros, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e
cinqüentas anos.
Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica e eu
simplesmente tô fora. Fui expulso pra sempre do dicionário. Seus ingratos!
Isso é uma delinqüência de lingüistas grandiloqüentes!...
O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio... A letra U se
disse aliviada porque vou finalmente sair de cima dela. Os dois pontos disse
que eu sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto ele fica em pé.
Até o cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele C inútil que fica se
passando por S e nunca tem coragem de iniciar uma palavra. E também tem
aquele obeso do O e o anoréxico do I. Desesperado, tentei chamar o ponto
final pra trabalharmos juntos, fazendo um bico de reticências, mas ele
negou, sempre encerrando logo todas as discussões. Será que se deixar um
topete moicano posso me passar por aspas?... A verdade é que estou fora de
moda. Quem está na moda são os estrangeiros, é o K, o W "Kkk" pra cá, "www"
pra lá.
Até o jogo da velha, que ninguém nunca ligou, virou celebridade nesse tal de
Twitter, que aliás, deveria se chamar TÜITER. Chega de argüição, mas estejam
certos, seus moderninhos: haverá conseqüências! Chega de piadinhas dizendo
que estou "tremendo" de medo. Tudo bem, vou-me embora da língua portuguesa.
Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, lá eles adoram os tremas. E um
dia vocês sentirão saudades. E não vão agüentar!...
Nos vemos nos livros antigos. Saio da língua, para entrar na história.

Adeus,
Trema

Texto de Evandro Bogéa