domingo, 29 de novembro de 2009

Dia da Consciência Negra: vergonha!

Dia da Consciência Negra, 20 de Novembro, foi comemorado em todo o País. A data faz referência à morte de um dos líderes mais famosos dos escravos: Zumbi dos Palmares.

Como sou jornalista, fui cobrir a data conversando com a assessora de educação do movimento negro de Divinópolis e ela me disse coisas que me espantaram.

Quando perguntei a ela se a data era importante para os negros, ela me respondeu que é muito triste pensarmos que precisamos de um dia para lembrar à população que o racismo é um crime. E a assessora estava certa! Essa data deve ser lembrada todos os dias, pois os negros são enorme parte da essência desse País, eles nos ajudaram a construir a nossa história.

Esse dia pode, possivelmente, aumentar a diferença entre negros e brancos, afinal, não existe o Dia da Consciência Branca. Esse feriado pode institucionalizar uma suposta diferença entre as pessoas, diferença essa que não existe.

Os negros são discriminados, e isso não é nenhuma novidade. Mas eu pergunto a vocês: Como um País que é, em sua maioria, negro ou misto, pode permitir esse tipo de situação? Isso é um absurdo!

Independentemente da cor, todos somos iguais e deveríamos ser tratados de forma igual. Mas aí é que surge a questão: Como retirar da população um preconceito que vem sendo embutido há séculos? Como obrigar o governo a aplicar penas mais efetivas aos autores dos crimes de racismo? Como ensinar tudo isso à população?

A resposta dada pela assessora foi simples e ao mesmo tempo eficaz: Devemos ensinar isso às crianças, tanto nas escolas quanto em casa.

O governo já orientou para que as escolas desenvolvam matérias que dizem respeito à cultura negra, e isso está acontecendo, mas em pequena escala. Torço para que as escolas realmente implementem essa matéria de suma importância aos alunos, ensinando valores éticos e morais que as crianças estão perdendo atualmente.

Valores que deveriam ser ensinados pelos pais, mas que vem sendo deixados de lado.

O Dia da Consciência Negra é feriado ou ponto facultativo em oito Estados e em setecentas e cinquenta e sete cidades do País, conforme levantamento da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), ligada à Presidência da República.

Bom, enquanto tudo o que defendi acima não acontece, essa data talvez continue sendo apenas um feriado…

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Natal Solidário vai ajudar 7000 crianças este ano

O Natal Solidário da Print Júnior acontece há cinco anos e começou com uma iniciativa de Eduardo Alexandre, dono da Print Júnior. Ele conta que teve a idéia de iniciar o projeto porque participou de uma ação solidária em BH, gostou e começou a ajudar 200 crianças do Bairro Terra Azul.

Esse ano serão 46 bairros e 7 mil crianças beneficiadas pela ação. Eduardo conta que o Natal Solidário só acontece diante as parcerias que são feitas. ”São muitas as parcerias, entre elas estão os nossos 25 patrocinadores que doam a maior parte dos brinquedos. Há também mais de 460 pessoas ajudando a montar as sacolinhas e entregá-las, o Keminho também foi um grande parceiro, pois nos doou mais de 2000 brinquedos arrecadados na compra dos ingressos para a Festa Fantasia. Além é claro, de todas as bandas que vão tocar no Hangar totalmente de graça, sem cobrar o equipamento, transporte, nada.” Ela ainda ressaltou que há uma briga para quem vai tocar no local, ”algumas bandas me ligaram pedindo para tocar pelo menos duas músicas, porque queriam ajudar de alguma forma.”

A preparação para o evento começa no dia 1 de Novembro com a pelada da madrugada. São formados times e eles jogam por pura diversão, a inscrição é um brinquedo e mais 35 reais. A segunda ação são as festas no Hangar Music Bar, a entrada é um brinquedo e 5 reais para despesas da casa. As próximas festas serão no dia 28-11 e 12-12. A expectativa é de um público de mais de 900 pessoas.

A entrega será feita entre os dias 19 e 24 de Dezembro. Serão sacolinhas surpresa com balas, pirulitos, pipocas, brinquedo e um joguinho. Além disso, na entrega é oferecido um lanche que é refrigerante e pão de sal com salsicha. ”Nesses dias de entrega esse é também o nosso almoço”, complementou.

Eduardo acredita que é muito interessante e motivante participar desse projeto. ”Nós perdemos 15 dias de trabalho em Dezembro para terminar o planejamento da ação, minha casa se torna a casa do Papai Noel. Mas é muito bom chegar nesses bairros e ver que tem ali uma criança esperando e sorrindo. Não existe nada mais sincero do que o sorriso de uma criança, essa é a verdade do mundo. E se Divinópolis, hoje com 200 mil habitantes, resolvesse ajudar mesmo, eu acho que a nossa periferia seria diferente”.

Eduardo contou várias histórias, todas emocionantes que mostram como esse trabalho vale à pena. Sua filha já aprendeu a lição e também vai ajudar. ”O espírito de ajudar já nasce nas crianças a gente que não sabe explorar” completou.

Esse ano, além de Divinópolis, o Natal Solidário atenderá a Aldeia de crianças de Minas Gerais que fica entre Marilândia e Itapecerica. No local são 70 crianças que receberão brinquedos e se conseguirem arrecadar calçados, também levarão.

O gestor do projeto enfatizou que não se lembra dessas crianças somente no final do ano: ”A gente faz várias campanhas no decorrer do ano. A gente tem também a campanha do agasalho e ajudamos algumas entidades carentes com cestas básicas”A pessoa que desejar ajudar de qualquer forma, seja com doação de material ou com mão de obra pode ligar para: 9123 – 2010. Ainda faltam brinquedos para atingir os 7000, pelo menos 3500 kg de balas, 14000 pirulitos, 10000 pipoquinhas, 14000 chicletes, 80 kg de carne para o molho, 40 kg de massa de tomate, 500 garrafas de 2 lts de refrigerante, 30 pacotes de gelo, 700 pacotes de copo descartável, 7000 saquinhos de sacolinha surpresa e 60 rolos fitilho de fita de amarrar sacolinhas.

Matéria publicada no Jornal Gazeta do Oeste no dia 24-11-09

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Alguns genéricos estão mais caros que remédios de marca

Através de uma denúncia do leitor Divino Bilinha, de Araújos, foi constatada uma irregularidade quanto à venda de genéricos. Segundo a lei 9787 de 10/02/1999, do Dep. Eduardo Jorge de São Paulo, ”Os genéricos são cópias idênticas do ”remédio de Marca” e devem ser no mínimo 35% mais baratos.”

De acordo com a tabela de preços da Associação Brasileira do Comércio Farmacêutico (ABCFARMA), o remédio Topamac do laboratório da Jhonson&Jhonson de 100mg. e que tem 60 comprimidos custa R$97,30. Seu similar Amato com a mesma dosagem e mesma quantidade custa R$96,62. Já o seu genérico Topiramato do laboratório EMS de 100mg. e com 60 comprimidos custa R$389,55. Ou seja, o genérico custa mais de 300% do que o seu original.

Segundo Alisson Antônio, sócio de uma graédicas sejam digitadas.nde farmácia de Divinópolis, o remédio de marca é igual ao similar e ao genérico. As diferenças estão no nome, no preço e no teste de bioequivalência feito nos genéricos, mas que geralmente não são feitos nos similares. Ainda segundo ele, a diferença está na lei que regulariza os genéricos.

Alisson constatou que apesar do teste, a venda dos similares é bem maior do que dos genéricos. Isso ocorre, segundo ele, ”porque há pouca divulgação e informação por parte dos médicos e da população a respeito dos genéricos. E também porque isso não é bom para os laboratórios já que eles não lucram nada com isso”. Apesar disso, ele diz que os genéricos são ótimos para a população que não têm condições de pagar pelos altos preços dos remédios de marca, e também para a farmácia que acaba vendendo mais medicamentos.

Procurados pelo jornal Gazeta do Oeste, a Associação informa que os preços variam de acordo com o laboratório que produz o remédio e que o genérico deve ser mais barato, mas que na prática isso raramente não acontece como no caso acima.

A Associação ainda recomendou que os consumidores devem sempre pesquisar em todas as farmácias porque o preço informado nas tabelas é o preço máximo. Algumas lojas oferecem descontos e isso pode favorecer o cliente.

Todos pacientes podem verificar os preços máximos dos remédios na revista que toda farmácia possui. A consulta também pode ser feita no site da Associação mas somente por profissionais da área da saúde.

O senhor Divino, que é farmacêutico, também alerta para as diferenças de preços entre genéricos e remédios de marca de diferentes laboratórios. As diferenças podem chegar até a 549,95%.

Obs: Matéria publicada no jornal Gazeta do Oeste

Assistência psicológica agora também é dada na defensoria pública

Há cerca de dois meses vem sendo realizado um trabalho de uma parceira entre a Defensoria Pública e a Faculdade Funed/UEMG. Esse trabalho consiste em dar assistência psicológica aos assistidos pela defensoria.

Segundo a defensora pública, Dr. Nádia Maria Amaral, “esse seria o momento de maior realização profissional da minha vida, porque eu sou uma defensora pública apaixonada pela profissão. Mas, quando eu me deparo com a situação real da população, isso me trás um transtorno muito grande porque quando o pessoal procura a defensoria pública eles chegam psicologicamente muito abalados e eu me vejo muito impotente diante essa situação, porque a área jurídica não completa a necessidade da população. O projeto é pra complementar o que eu, que sou uma profissional do direito, não tenho condições profissionais de fazer.”

Esse projeto foi idealizado e montado pela defensora, e ela reclamou da dificuldade de formatá-lo já que, de acordo com ela, a defensoria não tinha estrutura para que esses trabalhos fossem feitos de forma eficaz. ”Cada vez que eu buscava minha chefia em BH, pra colocar o projeto em andamento, eu tinha muitos obstáculos porque a defensoria não tem o profissional da área de psicologia exclusivo pra essa área, já que para entrar na defensoria é preciso um concurso publico” ela completou. Na capital esse tipo de assistência já é oferecido.

Nádia trabalha a mais de 11 anos no local e percebia essa necessidade há muito tempo. ”Por esse motivo procurei a faculdade e a Dr. Rita de Cássia nos abriu as portas, permitindo a criação do estudo psicológico de assistência ao assistido carente”.

Este é um processo muito grande e demorado, pois envolve toda a família. Atualmente a defensoria só oferece assistência ao assistido, mas eles ainda pretendem aumentar o projeto e assistir a família inteira.

Questionada sobre o motivo de o projeto ainda não estar funcionando como ela gostaria, Nádia respondeu que ”não existe vontade política do governo, essa é a grande problemática da defensoria. Por exemplo, para poder estruturar esse trabalho nós nos reunimos em horário fora do expediente e elaboramos tudo sozinhos”.

As duas estagiárias de psicologia, Maria Tereza Madeira Lima e Carina de Souza Onório, que trabalham na defensoria, contam que já observaram muitos resultados após a implantação do projeto, ”Nós fazemos aqui o trabalho de mediação. Ou seja, as partes envolvidas submetem-se ao mediador, mas ele é neutro, não oferece soluções, ele é um facilitador. Após realizarmos conversas com as duas partes, realizamos o encontro deles e em muitas vezes eles optam pela homologação dos casos, ou seja, desistem de mover a ação”.

Maria e Carina concordam com a defensora, elas acreditam que a necessidade de se manter essa assistência é muito grande, já que trabalham na vara da família, ”e mexer com separação judicial, guarda dos filhos, é muito complicado, pois a família se torna mais frágil ainda. Nós tentamos minimizar o máximo possível desse efeito negativo para os filhos e enfatizamos que, no caso de separação, quem se separa são os pais, e não a família.”

A indicação dos casos é feita pela defensoria, e as estagiárias de psicologia cuidam da parte de auxílio. Elas são orientadas uma vez por semana pela coordenadora dos estágios da faculdade, Rita Francisqueto, e contam que estão muito felizes com o número de resultados positivos. ”No início as pessoas chegam muito confusas, tem apenas uma vaga noção, chegam muito exaltadas. Depois que passam por aqui conseguem tomar conta das próprias decisões”, complementam.

domingo, 8 de novembro de 2009

A pescaria

Segundo pesquisa desenvolvida pela Action Aid, uma organização não-governamental (ONG) que atua em 40 países no combate à pobreza, entre os países em desenvolvimento, o Brasil é o que mais tem combatido a fome e a desnutrição.

O trabalho elogiou os programas Bolsa Família e Fome Zero, além da criação do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e a aprovação da Lei de Segurança Alimentar e Nutricional (Losan).

Eu acredito que programas como este não são totalmente eficazes. O que acontece aqui é o mesmo que acontece com as cotas sociais: Tapar o sol com a peneira.

Como já dizia minha avó: Não basta dar o peixe, é preciso ensinar a pescar. O governo ajuda muito quem não tem o que comer, mas também permite que raras pessoas que não lutam para sair da sua condição social, aproveitem a falta de fiscalização para ganhar dinheiro desses programas.

O mais adequado para um país tão grande e com terras tão férteis seria investir em agricultura familiar ao invés de incentivar as monoculturas que só dão dinheiro aos patrões e ao governo.
Além disso, o governo poderia incentivar a criação de empregos dignos e fiscalizar para que todos os salários sejam adequados.

A fome é uma realidade em nosso país e em muitos outros e esses projetos estão minimizando o problema. Mas eles seriam louváveis se fossem bem fiscalizados e combatessem completamente a fome, coisa que não acontece, pois ainda existem milhares de crianças morrendo por falta de comida.

Acredito que as forças políticas possam modificar completamente um país. Este elogio da Action Aid serve apenas para que o presidente se esforce para manter esse combate à fome com melhorias nas campanhas já existentes.

Agora resta-nos torcer para que o próximo presidente além de continuar dando o peixe, ensine a população a pescar! Resta a nos, eleitores, colocar as pessoas que buscarão esse objetivo...

Matéria publicada no Blog Perspectiva Política no dia 8-11-09 onde mantenho uma coluna fixa todos os domingos.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Universidade em pauta

Hoje vou falar de um assunto diferente. Começo falando sobre o sistema de entrada dos jovens nas faculdades. Em especial o sistema de cotas raciais. Ele varia de instituição para instituição, podendo oferecer um percentual de nota maior para os alunos negros ou separar vagas para serem preenchidas por eles.

Agora me pergunto, os negros possuem uma capacidade intelectual menor que os brancos para necessitarem dessa ajuda? Ora, mas é claro que não, vocês me responderão.

Justamente por esse motivo digo-lhes que sou contra esse sistema. Primeiro porque os negros não são uma raça, o que existe é a raça humana e ela é única. Segundo porque isso acentua a discriminação racial, coisa que não é proposta do projeto, pelo contrário. Terceiro porque essa não é a melhor maneira de diminuir as diferenças sociais.

Concordo que essa talvez seja a maneira mais fácil do governo melhorar as estatísticas do padrão educacional do país. Mas nem sempre a maneira mais fácil é a mais correta.

O que está acontecendo com projetos como as Cotas Raciais, as Cotas Sociais e programas como o PROUNI é “tapar o sol com a peneira”. Isto é, tentar melhorar uma coisa que por sua essência já não está tão boa assim.

O ideal seria investir em escolas, principalmente na educação pública básica, para dar oportunidades iguais a todos. Todos têm direito a receber uma educação de qualidade para conseguir concorrer de igual para igual. (Claro que há exceções de alunos de escolas públicas que se matam de estudar para passar numa federal, mas isso não é o certo. Eles devem receber o mesmo nível de educação.)

Além disso, não podemos esquecer-nos dos cursos técnicos. Eles são uma ótima oportunidade para quem deseja ter uma garantia de renda. Pense bem, se você fosse reformar a sua casa desejaria ter um profissional qualificado mesmo que para isso tivesse que pagar mais por seu serviço.

Além de pedreiros faltam bons marceneiros, padeiros, bombeiros hidráulicos, eletricistas e a lista vai longe. Se o governo incentivasse e investisse em escolas técnicas que formassem esses profissionais, ele garantiria uma renda fixa pra uma parcela da população e diminuiria o desemprego. Isso diminuiria a disparidade social.

Essa é a maneira mais difícil, demorada e cara, será que o governo está disposto a investir tamanha quantia de dinheiro para resultados em longo prazo e que não serão vistos no seu governo? Essa é a pergunta que fica.


Obs: Matéria publicada no blog perspectiva política em 01/11/09