Reproduzo para vocês um fato que aconteceu esta semana na minha cidade (Divinópolis –MG) que pode traduzir o que acontece em muitos outros locais.
Para entender:
Divinópolis é uma cidade que fica na região Centro-Oeste do estado e é referência na questão de saúde. Todos municípios da microrregião enviam pacientes para serem tratados aqui, tanto de enfermidades casuais quanto de doenças sérias.
O Pronto Socorro Regional, por esse motivo, fica sempre lotado obrigando os enfermos a aguardarem durante horas por um atendimento. A cidade possui apenas um hospital que atende pelo SUS, com apenas 120 leitos, para uma população de mais de 120.000 de habitantes, apenas de Divinópolis, sendo que esse hospital atende a toda macrorregião.
O fato:
Na última quinta-feira (11) o ainda governador mineiro, Aécio Neves, visitou a cidade e assinou o contrato liberando R$8.900.000,00 para a construção do Hospital Regional, que vai atender toda a macro região. É, sem dúvidas, uma grande conquista, mas que é insignificante diante o tamanho dos problemas na cidade.
Na mesma edição dos jornais, que glorificavam o governador pela liberação da greve, haviam diferentes matérias falando a respeito do descaso com a saúde.
Uma criança que não foi atendida, uma grande confusão no PSR por falta de atendimento, diversas denúncias sobre descaso do lixo hospitalar e o mais grave: o secretário adjunto de saúde alegou que algumas irregularidades encontradas no PSR foram plantadas pelos próprios médicos que temem por seus empregos (concursados por sinal) por causa da vinda da Faculdade Federal de São João Del Rei de Medicina para a cidade.
O que eu percebo é que apesar de um esforço (pequeno) do governador em auxiliar a saúde, ela ainda é muito precária. A secretária de saúde disse que a vinda do HR vai desafogar um pouco e apressar os atendimentos de quem precisa de internação, mas que ainda vai faltar muito para que o problema seja resolvido. O secretário adjunto ainda disse o Pronto Socorro Regional não sofrerá nenhuma mudança após o término das obras do novo hospital já que a saúde primária (cuidados para que as doenças não apareçam) não é bem cuidada.
Em relação a isso o governador também autorizou verbas para a construção de dois PSF (Programa de Saúde da Família) para tentar diminuir as enfermidades. Mas a saúde é precária e a população cresce mais a cada dia. Quando essas três obras estiverem prontas, a população vai ter crescido e o problema continuará o mesmo. O que fazer então? Torcer para ter dinheiro e contratar um plano de saúde particular e decente? Não! Está na constituição federal, temos direito a saúde! O que precisamos é escolher bons governantes esse ano para garantir que os investimentos na saúde sejam maiores e que sejam principalmente na saúde primária e na remuneração dos médicos para que nos atendam com dignidade (já que alguns nem deixam os pacientes se sentarem para o atendimento). Vote consciente!