terça-feira, 7 de junho de 2011

Através do Peti, muitos meninos descobrem talentos e deixam a rua de lado

Brincar, cortar, colar, desenhar e até cantar; essas são as atividades desenvolvidas no Núcleo de Jornada Ampliada que fica no Bairro Bom Pastor. As crianças passam a manhã inteira no local e com isso não ficam mais na rua enquanto os pais trabalham. O programa é gratuito e atende mais de 800 crianças somente em Divinópolis.
De acordo com a educadora social, Camila Gabriela, muitos pais não tem tempo para cuidar dos filhos no período em que eles não estão na escola, por isso há a necessidade de colocá-los no programa. Dessa maneira, eles passam a aprender muitas atividades ao invés de assistir TV a manhã inteira ou ficar na rua.
- A maioria dos pais afirma que enquanto os filhos estão aqui, eles trabalham tranqüilos – afirmou.
E as crianças engrossam o coro de que o local foi uma das melhores coisas que já lhes aconteceu. Um exemplo é André Felipe Sousa, de 12 anos, que participa das atividades no local desde os seis anos.
- Eu aprendi a fazer garrafa, pulseira e um monte de coisa que meus pais adoram – confessou o garoto.
Outra aluna, Adriane Pereira de Sousa, de oito anos, acredita que a melhor parte é participar da oficina de brinquedoteca, onde pode criar e imaginar o que desejar. Assim como Brendo Henrique Trindade, de 13 anos, que aprendeu até a fazer tricô com as mãos.
- É bem melhor do que ficar assistindo TV – contou Brendo.

O Peti

O Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – Peti - foi criado pelo Governo Federal em 2001, mas Divinópolis já possuía um programa parecido desde 1987. Eles eram chamados de Núcleos de Jornada Ampliada e o primeiro atendia 140 crianças. De acordo com o gerente administrativo da secretaria municipal de desenvolvimento social, Marcelino Euclides Ferreira, a cidade já percebia a importância de um projeto como esse.
- As crianças estudam durante um período e no outro ficam ociosas. Por esse motivo tínhamos alguns casos registrados aqui na cidade e percebemos que precisávamos de um projeto para ocupá-las e para instruir as famílias – explicou Marcelino.
Depois que o projeto do governo federal passou a ser implantado aqui mais crianças puderam ser atendidas, já que a cidade ganha R$20 para cada aluno que estiver no projeto. Portanto, atualmente há nove núcleos em Divinópolis atendendo de 800 a 900 crianças.
- Quem precisa de atendimento usa o serviço e essas ações fortalecem o vínculo com as famílias, e a cidadania mostrando para esses pequenos todos os direitos que eles possuem – observou o gerente.
São praticadas atividades lúdicas, esportivas, psicológicas, sociais através de corais, pintura e capoeira durante toda a tarde.
- Quem teve um caso pode acontecer novamente, então essa assistência é fundamental – finalizou Marcelino.

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