quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Amélias no poder

Com 71,1% dos votos apurados, Laura Chinchilla obteve 46,8% dos votos e foi eleita como a primeira presidente da Costa Rica. Ela promete melhorar a qualidade da saúde, educação e segurança. Em seu discurso Laura agradeceu às pioneiras que abriram o caminho da participação política da mulher na Costa Rica.
É uma grande vitória uma mulher se consagrar como presidente de um país, coisa impossível de acontecer a alguns anos atrás, já que eram proibidas até mesmo de votar. Elas que sempre viviam nas costas dos maridos, agora podem impor a sua voz e mostrar o verdadeiro poder da mulher atual.
Elas agora trabalham, cuidam da casa e dos filhos, mostrando que tem capacidade para todos os serviços que os homens também executam. Cada dia vemos mais mulheres se tornando pedreiras, engenheiras e empresárias, concorrendo com o mercado essencialmente masculino e lutando para ter o direito de um salário igual.
Apesar do crescimento da independência, o Brasil votou e colocou no poder em 2008 apenas 506 mulheres para liderar as cidades, cerca de 9,1% de todas as prefeituras do país. A cidade do divino também possui a sua representante feminina, é a delegada regional Aparecida Dutra, que lidera entre tantos homens que a cercam.
Michele Bachelet, eleita no Chile, foi a primeira mulher a liderar um país na América do Sul, seus passos foram seguidos por Cristina Kirchner, atual presidente da Argentina, e agora por Dilma Roussef e Marina Silva que tentam a presidência no Brasil neste ano, país que nunca foi liderado por uma mulher.
O preconceito é grande, mas cada dia as mulheres provam que é possível vencer mais esse desafio e deixar de serem “Amélias” para se tornarem donas do próprio nariz e surpreenderem os homens.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A vida encontra saídas


Até borboletas se encantam com essa profissão =)

Eu amo Jornalismo! Só para constar aqui...

Mitos e verdades sobre cirurgia bariátrica e lipoaspiração

Vários casos a respeito de morte envolvendo lipoaspiração e cirurgias bariátricas estão sendo debatidos atualmente. Como o caso da jornalista que resolveu perder as poucas gorduras que tinha, e Paulo Calixto que não sobreviveu após tentar emagrecer, apesar de nada ter sido comprovado ainda. Mitos sobre os dois tipos de cirurgia estão sendo expostos, e eles devem ser extintos.
De acordo com o cirurgião especialista no assunto, Bernardo Guimarães de Aguiar, a cirurgia bariátrica é toda e qualquer cirurgia que acontece com o propósito de ajudar no emagrecimento de uma pessoa, é um termo genérico para várias modalidades diferentes. Existem algumas que mexem mais no estômago, outras no intestino, algumas põem anel, outras não, então são várias técnicas diferentes. A grande maioria das vezes se fala em cirurgia de redução de estômago porque essa é a mais freqüente no mundo inteiro.


Essa técnica existe a bastante tempo e já provou que é muito eficaz para ajudar pessoas obesas mórbidas a emagrecerem e continuarem magras com saúde. “O grande problema é que tratamentos clínicos para obesos mórbidos costumam não funcionar muito bem, 98% dos obesos que tentam emagrecer com dietas, remédios ou ginástica, acabam voltando a engordar” afirmou o médico.


A cirurgia é eficaz em cerca de 90% dos casos, e permite que o paciente emagreça e continue magro. Como qualquer outra cirurgia, essa exige cuidados especiais para que os resultados sejam alcançados. Mudanças de hábito, de rotina, controle emocional, de ansiedade, problemas familiares, excesso de trabalho, exercício, mastigação, tempo de alimentação são alguns exemplos do que tem que passar a ser controlado pelos pacientes. O pós-operatório é muito importante para a cirurgia num todo. “O efeito final depende do paciente, por isso que eu dou um tempo pra ele ir se preparando pra ver se ele quer mesmo operar ou não, já que tem pessoas que não querem mudar de hábitos” completou.


Ele disse que o tempo de preparação é de cerca de dois meses, e são realizadas 6 sessões com o psicólogo, 6 com o nutricionista, uma sessão com fisioterapeuta, uma passagem no clínico geral, no anestesista, “todo esse processo é para entender tudo o que ele tem pela frente. É preciso que ele entenda que a comida não pode ser o amortecedor da vida” analisou Bernardo.


O médico ainda afirmou que esse trabalho deve ser bem analisado e não pode ser feito sem as devidas orientações anteriores. Ele disse que casos de cirurgia impensados podem não dar bons resultados.


Uma paciente, que estava na sala de espera do médico, relatou que fez a cirurgia a 40 dias e que já se sente bem, conseguindo comer de tudo. Ela está muito satisfeita com a cirurgia e emagreceu bastante.



Riscos

 
Bernardo observou que a vida do obeso mórbido é complicada e a cirurgia bariátrica foi inventada para ele, para ajudar na sua saúde e não pela estética. “O objetivo é acabar com a obesidade mórbida já que ela predispõe a várias doenças, eles correm o risco de ficarem hipertensos, diabéticos, entre outros. Estima-se que o obeso mórbido viva 10 anos a menos do que uma pessoa saudável”.


A chance de infarte é doze vezes maior. “Portanto a cirurgia oferece sim riscos, mas eles são muito pequenos e menores do que continuar obesos. O risco de morte é bem maior pra quem não faz a cirurgia” arrematou o cirurgião.


Ele ainda afirmou que todo paciente obeso já é um paciente de alto risco para qualquer cirurgia. O risco de morte global é de aproximadamente 1%, provocados por infecções ou hemorragias. “Para cada paciente que eu vou operar eu explico esse risco para ele ter essa consciência” ponderou Bernardo. Em Divinópolis a estatística está em menos de 0,5% de complicações e cerca de 90% das cirurgias são um sucesso.



A cirurgia



“É feita uma anestesia geral, o paciente geralmente fica dois dias internado. São duas horas de duração e ele não vê nada” tranqüilizou o doutor. Para a cirurgia é feito um grampeamento que corta e separa o estômago em duas partes. A pequena parte (o novo estômago) recebe um anel de silicone que faz uma cinturinha nele, como se fosse uma ampulheta. E ainda é feito um pequeno desvio nele pra fazer a ligação com o intestino. Nenhum órgão é retirado, porém agora o novo estômago é pequenininho e só agüenta 50 gramas de comida por vez.


“Ela já da saciedade. A pessoa consegue comer um pratinho todo de comida de 350g, mas aos pouquinhos. Ela come, mastiga bem, e engole, ai enche o estômago por causa do anel, e assim que a pessoa comer o prato estará saciada e não sentirá vontade de comer mais” avaliou.


O estômago não dilata com o tempo e não aumenta após a cirurgia, isso é um mito, já que o anel de silicone não permite essa elasticidade.


Mas Bernardo alerta: “O líquido passa bem, então se a pessoa voltar a abusar de refrigerante, cerveja, sorvete pode engordar tudo novamente”.


Lipoaspiração

 
Apesar de não ser especialista no assunto, o médico disse que a cirurgia de lipoaspiração, como o próprio nome diz, aspira as gorduras excedentes no corpo. É um método que dispõe riscos também, mas eles são mínimos, assim como os da cirurgia bariátrica, e dependem muito do cuidado que o paciente tem.


O processo da lipo é muito simples, e em alguns casos, é feito manualmente com uma bomba de sucção. É colocada uma agulha no corpo do paciente, na parte subcutânea da pele, e é retirada a gordura excedente. Entre as complicações estão a embolia (quando uma placa de gordura ou de sangue se desloca e obstrui outro local) e as reações alérgicas anafiláticas.


De acordo com uma cliente que fez uma lipoaspiração, Jéssica Cristina Gonçalves Ramos, a cirurgia é muito tranqüila, e que não é nada evasiva. “Eu acho que o medo maior pra quem vai fazer essa cirurgia é pensar em sentir dor, ver, acordar no meio da cirurgia. Mas eu tomei a minha anestesia, que foi peridural (não foi geral mas teve sedativo) então eu dormi o tempo todo, e quando eu acordei já tava no quarto, sem problema algum” afirmou a moça.


Ela ficou internada durante a noite na clínica e tomou remédio de hora em hora na veia para evitar a dor. “Eu acho que o mais importante é ter o acompanhamento médico, e seguir direito as orientações dele para garantir o sucesso da operação” observou Jéssica. Ela discorreu sobre o pós operatório, em que não sentiu dor nenhuma, apenas um incômodo nos músculos, como se eles tivessem feito muitos exercícios. “Você não sente os pontos, não sente ardência, não sente queimar, nada!” completou a estudante.

 
Pós-operatório



Jéssica ainda contou que teve mais medo do pós-operatório, do que da cirurgia em si. “Meu médico falou que 50% do resultado depende do pós-operatório, então meu pós foi bem cuidadoso, não fiz esforços, sempre usando a cinta cirúrgica, os colchões, cuidando dos curativos, não tomando banho sozinha, porque é muito importante ter um acompanhamento. O resultado não depende só da cirurgia, dependia de mim também” alertou a cliente.



Motivação



O que a levou fazer a lipoaspiração foi a vontade de se sentir bem, se sentir mais feliz, porque o excesso de gordura era uma coisa que a incomodava. “Eu acho que o mais importante é pensar que isso não vai mudar a forma com que as pessoas vão olhar pra você, então se você fizer tem que ser por você, já que é um sacrifício muito grande para ser feito pelo outro” discorreu.


“Ninguém me olhou diferente e nem mudou a maneira de gostar de mim. A auto-estima não tem que estar no que o outro vai ver, e sim como eu vou me sentir. Foi uma das melhores coisas que eu fiz na minha vida” finalizou.




Matéria publicada no Jornal Gazeta do Oeste